O Mistério das Madonas Negras

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O Mistério das Madonas Negras

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O texto que posto aqui é relativamente antigo, e infelizmente não possuo mais a fonte. Quem souber, por favor avise!

Image
Madona Negra de Czestochova (Polônia)
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Em inúmeras catedrais da Europa, principalmente no centro e no sul da França, se encontram esculturas de uma figura misteriosa, conhecida sob o nome de Madona Negra. Estas representações da Madona são bem diferentes de outras imagens cristãs e sua origem ou finalidade permanecem desconhecidas, sem algo definido ou explícito. Elas possuem um magnetismo diferente e na tradição da Deusa, são consideradas arquétipos ancestrais da face escura da grande Mãe, atributos de poder, fertilidade, mistério e sabedoria da Mãe Terra.

A explicação oficial dada pelos representantes da Igreja é atribuir a cor escura das estatuetas ao enegrecimento pela fumaça secular das velas, à deterioração da tinta ou à qualidade da madeira. Mesmo que isso seja verdadeiro para algumas poucas (principalmente as que foram pintadas de branco ou dourado pelos próprios monges cristãos), a sua origem aponta para representações das deusas do mundo antigo como Lilith, Cibele, Isis ou Kali.

Muitas das estatuetas foram encontradas nos lugares sagrados das deusas antigas, onde foram erguidas as igrejas cristãs dedicadas a Maria ou a algumas santas católicas. Foram comprovadas também conexões entre as estatuetas com o culto gnóstico dos séculos XI e XII, com os "troféus" trazidos pelas cruzadas do Oriente Médio (estatuetas saqueadas dos templos das deusas acima mencionadas) e com a influência moura durante o seu domínio na Espanha. Na França já foram localizadas mais de 300 "Hierges Noires", das quais sobreviveram intactas umas 150, o resto tendo sido pintado de branco, destruído, roubado ou adquirido por colecionadores. As mais famosas Madonas Negras são as da catedral de Chartres (França), de MontSerrat (Espanha) e Czestochova (Polônia). Das estatuetas pós renascentistas podemos mencionar N. Sra. De Guadalupe (México) e N. Sra. Aparecida (Brasil).


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Post by mysterium coniunctionis »

Saudaçoes!

Há uma lenda muito difundida pelo sul de França que dá conta de uma curiosa história.
A lenda conta que depois da morte de Cristo três mulheres de nome, Maria Salomé,Maria Jacobé e Maria Madalena acompahadas por Lazarus teriam aportado á foz do rio Rodamo.Ai teriam erguido um altar á Mãe de Jesus e onde perto do qual as duas primeiras Marias teriam vivido os ultimos dias em companhia de uma criada,Sara a NEGRA.
Jean Markale grande conhecedor do imaginario celta propoe-nos que esta
personagem Sara,foi o elo de ligação entre as antigas dividades pagãs orientais negras e a adptação e continuação ao culto cristão.

Abraço.
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Já ouvi falar dessa lenda!

Deixa eu te perguntar! Você conhece o livro "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada"? Tanto nele, como em outros livros do gênero há a interpretação dessas "lendas" como tendo um fundo de verdade. Gosto muito de livros de investigação histórica, e muitos trazem nova luz à supostos mitos e lendas...
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Post by mysterium coniunctionis »

Saudaçoes!
Aqui á uns trez ou quatro anos ,aquando da polemica em torno do livro"o Codigo Davinci" li um livro chamado"O sangue de Cristo e o santo graal"
em que essa lenda era incorporada como argumento na intrincada historia da dinastia dos Merovingios até a actualidade.
Pessalmente acho que por vezes certos autores são tentados pelo facilitismo de não terem que justificar suas opinioes visto não ser facil encontrar essas mesmas justificaçoes.
Ao mesmo tempo a incorporação do lendario num fim que queremos atingir dá sempre uma aurela de numinosidade á historia que estamos a contar.

Abraço.
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Olá!

Bem, realmente há muitos autores que acabam abusando um pouco nas suas conclusões.. Mas acredito que este não seja o caso dos autores do livro que mencionei. Eles têm a teoria deles, e durante todo o livro avisam que esta é uma teoria, não um fato (até porque não temos como voltar no tempo e ver exatamente o que aconteceu, infelizmente). E a extensa bilbiografia que consultaram para sua pesquisa e que é listada no livro também, na minha opinião, é um indicativo de que totalmente lunáticos ou fantasiosos eles não são. Enfim, acho que sempre que as conclusões parecem ser fantásticas demais as pessoas acabam achando que só podem ser equivocadas. Eu já não penso assim. Sou do tipo que pensa que realmente podem "existir mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia". :)
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ah, e já que falamos do "Santo Graal e a Linhagem Sagrada" (Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln), vou recomendar um outro título que adquiri recentemente, sobre o mesmo assunto, chamado "Rennes-le-Château: um mistério resolvido", de BILL PUTNAM & JOHN EDWIN WOOD, que pretende continuar de onde os autores do "Santo Graal..." pararam e trazem novas conclusões sobre o mesmo assunto. :idea:
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Oi Pessoal,

Fico imaginando até que ponto é possível separar aspectos subjetivos e objetivos. Será que os Historiadores conseguem registrar e relatar somente os fatos ocurridos? Será que conseguem deixar de lado suas preferências e tendências pessoais?

Guimarães Rosa em “Grande sertão, veredas” mostra as dificuldades do narrador Riobaldo, cheio de dúvidas sobre a sua interpretação do real.

O que vocês acham?

Um abraço.

Theresa
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Bem, isso é uma ótima pergunta!

É realmente difícil para um historiador, ou cientista que for, ser totalmente "imparcial" quanto ao seu objeto de estudo. Acho que é natural ser meio "tendencioso". Secretamente todos "torcemos" por uma determinada resposta/conclusão em particular... :lol: É como diz a famosa lei da Relatividade de Einstein: "ao observarmos um sistema físico influenciamos seu comportamento; não existe separação entre observador e observado". Claro que deve haver um esforço por parte do observador para que a influência que ele exerce sobre o observado seja a menor possível. Mas essa influência é inevitável!
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